Alexandre Zaghi Lemos
10 de junho de 2022 - 8h00

O case brasileiro “O uniforme que nunca existiu”, criado pela TracyLocke para a Centauro, está entre os 16 finalistas do Glass Lions, área que o Festival Internacional de Criatividade de Cannes chama de “Leão da mudança” e que se notabilizou por destacar trabalhos que promovem a igualdade de gênero.

A ação brasileira é uma homenagem a Aída dos Santos, ex-atleta que foi a única mulher na delegação brasileira na Olimpíada de Tóquio 1964. Ela competiu na modalidade salto em altura, sem apoio, treinador e até mesmo sem uniforme – ela usou uniforme emprestado pelo time masculino de futebol do Botafogo. Mesmo assim, Aída garantiu o quarto lugar na competição.

A campanha da Centauro foi lançada no ano passado, quando os Jogos Olímpicos voltaram à cidade, mas com a maior participação feminina da história. O filme criado pela TracyLocke, com produção da Lady Bird, mostra Aída, então com 84 anos, e sua história contada pela voz da cantora Sandra de Sá. Em cena, Aída finalmente pode vestir o uniforme que não teve em 1964, de uma linha desenvolvida em sua homenagem pela estilista do ModAtivismo, Carol Barreto, composta de 20 peças, comercializadas no site da marca, com receita revertida para as ONGs atendidas pelo Centauro Transforma, seu programa de apoio ao esporte.

Nesta semana foram divulgados também os finalistas de Titanium e Innovation do Cannes Lions 2022. Também nesta semana, a TracyLocke, responsável pelo case finalista em Glass, se fundiu com outras duas agências do Grupo ABC, a SunsetDDB e a Track, em uma nova empresa que trouxe de volta ao mercado a marca DM9, uma das brasileiras mais premiadas da história no Cannes Lions, vencedora em quatro ocasiões dos disputados troféus de Agência do Ano no festival.

Em 2021, o Brasil conquistou, pela primeira vez, o Grand Prix do Glass Lions, com o case “Eu Sou”, da VMLY&R para Starbucks.