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Cannes Lions

20 A 24 DE JUNHO DE 2022

Case mais premiado até agora tem mão brasileira

Campanha #StevenageChallenge, da David de Madrid e Miami para o Burger King, teve participação criativa do ECD da agência Saulo Rocha

Renato Rogenski
24 de junho de 2021 - 8h30

Timaço do FIFA 2020 foi montado por fãs, estimulados pela campanha de Burger King (Crédito: reprodução)

Há algum jeito de transformar um modesto time de futebol em uma potente equipe, cheia de craques, sem desembolsar o maior valor da história dos patrocínios esportivos em todo o mundo? Recorrendo ao universo do game Fifa, o Burger King conseguiu algo parecido com o case #StevenageChallenge.

A ideia, desenvolvida por meio de uma parceria entre David Madri e a David Miami já rendeu três Grand Prix nesta edição do Cannes Lions, nas categorias Direct, Social e Influencer e Brand Experience & Activaction, marcando o posto de campanha mais vitoriosa até o momento. Nela, o Burger King escolheu patrocinar o modesto Stevenage, clube de futebol que ocupava a última colocação da 4ª divisão do campeonato inglês.

Com o contrato fechado, a marca passou a aparecer na camisa do time no game FIFA 20. Em seguida, a campanha convidou os gamers a escolherem o Stevenage no jogo e compartilharem a montagem de seus times com craques como Messi e Neymar, transformando o pequeno clube de futebol em um verdadeiro esquadrão dos gramados online, ação que reverberou em mídia paga e espontânea pelo mundo.

Pilotaram a criação do trabalho o brasileiro Saulo Rocha e o peruano Andre Toledo, ambos ECDs da David Madrid, sob coordenação do CCO global da rede, Pancho Cassis. Saulo é diretor de arte por formação e está desde 2015 trabalhando na Espanha, quando foi contratado pela Lola MullenLowe, antes de chegar à David local em setembro de 2019. No Brasil, entre outras agências, trabalhou na BorghiLowe.

Na entrevista a seguir, Saulo compartilha alguns detalhes e pontos de vistas sobre o case.

Meio & Mensagem – Em sua visão, por qual motivo esse case conseguiu conquistar os júris?
Saulo Rocha – É uma ideia extremamente complexa, mas que nasce de uma observação tão inocente quanto brilhante: será que podemos colocar Burger King no jogo simplesmente patrocinando um time pequeno na vida real? O grande mérito vem de ter um cliente e um clube de futebol, o Stevenage, que abraçaram essa loucura e embarcam em meses e meses de muito trabalho, incertezas e apostas para que ela chegasse ao seu formato final e tivesse tanto sucesso com os gamers do mundo inteiro.

Saulo Rocha: “É uma das muitas possibilidades que os games permitem, e que muitas agências e marcas teimam em não explorar ainda” (Crédito: divulgação)

M&M – Qual é o insight que esse case produz para a indústria criativa?
Saulo – Eu acredito que uma das coisas mais interessantes que este projeto traz pra indústria é a combinação improvável de duas formas completamente diferentes de comunicar: uma super tradicional, que é o patrocínio, e outra completamente nova que ainda estamos aprendendo, que é o gaming. E isso é uma das muitas possibilidades que o mundo dos videogames permite, e que muitas agências e marcas teimam em não explorar ainda.

M&M – Quais são as particularidades ainda pouco reverberados sobre esse case?
Saulo – São muitas. Realmente embarcamos em processo totalmente diferente do que já tínhamos vivido antes. Mas acho que um dos momentos mais curiosos foi o dia em que o jogo finalmente saiu e a dupla criativa correu até à Fnac para comprar e ver que o Stevenage tinha mesmo o logo de Burger King em seu uniforme. Porque, claro, se o fabricante decidisse não atualizar o uniforme do time, por exemplo, toda a ideia iria por água abaixo.

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