Cannes Lions
20 A 24 DE JUNHO DE 2022
20 A 24 DE JUNHO DE 2022
Prêmios foram para AKQA Estocolmo e Superunion Londres. Brasil conquistou apenas 2 Bronze com Africa e AKQA
Renato Rogenski
21 de junho de 2021 - 9h55
Nesta edição do Cannes Lions, o júri de Design premiou com Grand Prix dois cases que utilizaram o design como um meio para promover a sustentabilidade. Os trabalhos consagrados com o GP foram “H&M Looop”, da AKQA Estocolmo para a H&M e “Notpla”, da Superunion Londres para a Notpla. Os vencedores da categoria foram anunciados nesta segunda-feira, 21. No total, os jurados concederam 45 Leões.
A ação “H&M Looop” colocou uma instalação de vidro dentro de uma loja da H&M, no centro de Estocolmo. Nela, os visitantes viam suas roupas que seriam descartadas se transformarem em uma nova peça, sem o uso de água ou produtos químicos. Já o case “Notla” consistiu na criação de uma marca para um novo material comestível biodegradável, feito de plantas e algas marinhas, e que pode se converter em copos plásticos, sachês de condimentos, entre outras coisas.
Prêmios brasileiros
A publicidade brasileira conquistou 2 Leões de Bronze com os cases “#SaveSalla”, criado pela Africa para a House of Lapland e “Código da Consciência”, criada pela AKQA para o Instituto Raoni. O desempenho é exatamente o mesmo obtido na edição 2019 do festival.
O case “#SaveSalla” promoveu a inusitada candidatura da cidade de Salla, na Finlândia, acima do Círculo Polar Ártico, como sede dos Jogos de Verão de 2032. O objetivo foi chamar a atenção para a região que tem sofrido com as consequências de um clima cada vez mais imprevisível e invernos mais curtos. Embora a confirmação oficial esteja prevista apenas para a quarta-feira, 23, a campanha foi a escolhida pelo júri de Entertainment for Sport para ganhar o Grand Prix da categoria. Neste ano, o trabalho já havia conquistado 2 Pratas e 6 Bronzes no rígido D&AD.
A ação Código da Consciência consistiu no lançamento de um software de código aberto chamado Code of Conscience. A ideia é restringir o uso de veículos pesados em áreas protegidas, como a Amazônia. O código combina o sistema de GPS existente nas máquinas com o banco de dados das áreas protegidas, detectando se elas entrarem em uma área onde não deveriam estar. O trabalho também é finalista da categoria Innovation nesta edição do Cannes Lions.
“São dois cases brasileiros bastante interessantes. Sobretudo porque discutem um ponto que foi muito relevante para os jurados da categoria neste ano, que é a questão do contexto. Não tanto sobre Covid, mas sobre sustentabilidade e impacto social do design”, afirma Marcelo Bicudo, CEO da Superunion e jurado da categoria de Design.
Apesar da pequena quantidade de prêmios do Brasil na área, Bicudo afirma que os cases brasileiros estavam no mesmo nível dos trabalhos internacionais. Em sua visão, a categoria é extremamente acirrada e cheia de particularidades técnicas. Portanto, muitas vezes os vencedores são definidos pela maneira como a história é contada especificamente para ressaltar atributos de design. “É preciso levar em consideração todos os códigos e linguagens particulares. Se olharmos grande parte dos vencedores da categoria, veremos que os trabalhos foram inscritos por agências de design, o que é relativamente raro”, pontua.
Entre as tendências que foram abordadas nas discussões de júri, O CEO da Superunion lista a busca por diferir nos cases o que é design e o que é direção de arte, o uso do design para gerar impacto social, a união entre o mundo digital e o mundo físico, a força cada vez maior do design industrial, a junção entre a embalagem e a publicidade e, por fim, o design como processo (design thinking).
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