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Cannes Lions

20 A 24 DE JUNHO DE 2022


24 de junho de 2021 - 11h19

Até pouco tempo atrás não haviam muitos motivos para os jovens olharem para o Marketing e para a Publicidade como trabalhos desejáveis. Essa edição de Cannes sugere uma mudança.

(Ainda que não dê pra imaginar Gretas Thunberg entusiasmadas montando pasta e ajeitando CVs para disputar vaga numa agência de publicidade.)

Uma mudança é fácil de perceber. Se o farol de Cannes aponta para a transformação da cultura e do capitalismo como caminhos sem volta, entre nós e a genZ, pare para pensar por um minuto: quem precisa mais de quem?

Se o meme tem razão – e geralmente tem -, frente aos tantos Grand Prix ativistas e socialmente responsáveis celebrados esta semana, é óbvio que precisamos muito mais deles do que eles da gente. Nunca houve tanta comunicação na história. Ainda mais pro genZ que se criou num tempo onde tudo é comunicação e comunicável.

Somos o “sistema”, como bem lembrou Mark Pritchard da P&G. Todos somos. Somos também o abismo que nos separa dessa turma que olha para o estado das coisas, pega o microfone em Davos e diz:

“Os adultos ficam dizendo: ‘devemos dar esperança aos jovens’. Mas eu não quero a sua esperança. Eu não quero que vocês estejam esperançosos (…) E eu quero que vocês ajam. Quero que ajam como agiriam em uma crise. Quero que vocês ajam como se a casa estivesse pegando fogo, porque está”.

O futuro das agências e das marcas depende de adultos que “peguem o touro pelo chifre”, para usar uma expressão 100% boomer, como diria minha filha. Hoje, depende de criarmos espaços de transformação real, que entreguem potência genuína para essa turma fazer o que precisa ser feito. Por eles e pra eles. A história não aceita desaforo, e negar que a casa está pegando fogo é concordar em ser engolido pelo abismo que nos separa deles – e pensar formas de navegar entre essas diferenças para alcançar novos patamares.

Outro meme (a origem provável desse é uma pesquisa qualitativa, portanto cuidado com o viés): “Para eles, tudo é política”.

E quando mesmo que não foi?

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