24 de junho de 2021 - 10h03

Imagino a dificuldade em julgar a categoria de Film Craft Lions. Formatos livres e uma diversidade de temas e linguagens que devem dar um nó na cabeça dos jurados.

Mas que delícia ao mesmo tempo. Tantos filmes ali que eu gostaria de ter feito, tantos recursos, tanta verdade, tanta dedicação que fica visível na energia dos filmes premiados.

Poderia mencionar vários ótimos filmes da categoria, com os quais me esbaldei ao assistir mais de uma vez vários deles. O The Whole Working-from-home Thing para a Apple me fez rir, e o Whatever It Takes para a Macmillan Cancer Support me fez chorar (mesmo), mas vou falar um pouco mais aqui dos três gigantes da premiação, que levaram os principais Leões, e qual seria a minha escolha para o prêmio máximo.

#Wombstories foi o grande vencedor, com o GP. Uma mistura de live action com animação realmente de tirar o chapéu. Emociona, toca, é lindo. Uma obra prima da Chelsea Pictures de Los Angeles, que vem manter o legado das campanhas antecessoras da AMV BBDO para Libresse, desde o Viva la Vulva de 2018. Mas, não seria a minha escolha.

Continuo com o incrível curta de Aneil Karia da Somesuch com a estrela Riz Ahmed, que leva o mesmo nome de seu último álbum, The Long Goodbye. Um belo de um soco no estômago, com uma câmera nervosa, o áudio hiperrealista, planos fechados, como se o espectador fizesse realmente parte da ação. Uma aula de ambiência. Mais um belo exemplo da verdade que temos visto cada vez mais, ainda que distópica. Foi quase, mas ainda não seria minha escolha.

E depois vem o maravilhoso Francesca, da produtora francesa Division, criação da Publicis Italy para Diesel. Envolvente, cativante, te leva junto da tensão com uma cinematografia linda, uma ação forte e uma trilha sonora que é metade do filme. Acaba tão bem que você quer ver de novo com outros olhos. Relevante, necessário e surpreendente. Uma jóia mesmo. E, como podem imaginar, o meu Grand Prix pessoal da categoria.

Agora com licença que vou assistir tudo de novo.