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Cannes Lions

20 A 24 DE JUNHO DE 2022


22 de junho de 2021 - 10h51

Novamente, aqui estamos nós, diante de mais um Cannes Lions, esse por sua vez diferente: um festival 100% digital. Além da dinâmica distinta da rotina que se instalou de forma repentina na vida de todos e que terminou perdurando muito mais do que esperávamos, também teremos um Cannes atrelado a toda essa nova prática, essa que nos desafiou em todos os nossos contextos existenciais. Agora é chegada a hora de termos um festival sem Riviera, com um júri que se reúne em uma sala de zoom para debater e tomar decisões; um festival sem público; sem Palais; sem encontros, sem abraços e sem rosés. Mais do que isso, o que questiono nessa edição é a diferença de paradigmas: vamos avaliar e julgar peças produzidas e veiculadas em 2019 (ainda no modo “normal”) e as peças criadas e produzidas entre março de 2020 e abril de 2021, em meio a maior pandemia que a nossa geração já viveu. E como será essa avaliação? Como examinar, debater, defender e comparar peças criadas e produzidas em momentos tão diferentes? Como essa atmosfera, a pré pandemia e a nossa atual realidade pandêmica, é refletida nos roteiros e produções?

Além dessa questão, me pergunto se a pandemia mexeu com a nossa criatividade. Em que transformamos todos os sentimentos que vieram à tona nessa pandemia? Dizem que é com as crises que as oportunidades aparecem, ou que os artistas precisam do caos para transgredir. Então, será que estamos vivendo um período fértil de ideias? No final é um momento propício para a criação e para a inspiração?

Me arrisco a dizer que não. Até porque, por mais fértil que seja um período para as ideias, ele precisa ser fértil também para quem produz essas ideais. Não tem jeito, por mais que sobre inspiração nunca pode faltar produção.

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