22 de junho de 2021 - 10h43

O evento que já se caracteriza por nos revelar algumas possibilidades de formatos, temas e abordagens para campanhas, reforçou em 2021, novos aspectos – já presentes em 2020 -, em relação ao papel da publicidade e da cultura midiática como um todo.

A presença de um anunciante como a Coalizão Negra Por Direitos entre os finalistas da categoria Print & Publishing, com um case devidamente forte e direto, denunciando o genocídio negro brasileiro, traz uma cara um tanto quanto nova para o que entendemos enquanto marcas-clientes e o lugar que desempenham sobre seus posicionamentos. Um movimento similar é revelado com “Silêncio“, para a Laboratório Fantasma, assinada pela AKQA, que apesar de nova, já é veterana em utilizar de seu DNA criativo, para levar a cultura do hip-hop brasileiro para os palcos de Cannes, haja visto o premiado “Bluesman”, filme de Baco Exu do Blues, ganhador do Grand Prix por “Entertainment for Music” em 2019.

No cenário conturbado que vivemos da política brasileira nos últimos anos, não vemos outra saída para veículos de informação como a Folha de S. Paulo, senão o de endossar o compromisso com a verdade, e para amarrar os pontos dentro de um case, é que vemos as ferramentas criativas da publicidade sendo utilizadas, tornando a comunicação atrativa e eficaz, do que possui um tema delicado demais para ser chamado de “bonito”, mas que é reconhecidamente bem feito.

Viver no Brasil sempre foi um prato cheio para a criatividade.