21 de junho de 2021 - 15h40

O momento é tenso. O futuro é incerto. E mais do que nunca, nos encontramos em um campo fértil para questionar os vícios e injustiças de uma sociedade que de determinados pontos de vista se apresenta doente. Como em 2021 ainda se faz necessário bradar que o racismo, machismo, homofobia e todas as pontas do fascismo, não serão mais tolerados? E são. Não passarinho, mas infelizmente passarão.

Dentre as campanhas apontadas como as queridinhas para a premiação do Cannes Lion 2021, todas giram em torno de pautas sociais e da pandemia.

A Mastercard se vê na responsabilidade de proteger a identidade de pessoas trans, imprimindo em seus cartões os nomes escolhidos por cada uma/um, em uma tentativa de aumentar a segurança de suas/seus clientes e de respeito às suas escolhas.

#Womberstories celebra a liberdade da mulher, em sua pluralidade, complexidade e força. Tabus escancarados nas telinhas.

Dr. Dree traz a violência do racismo e , com um olhar sensível, a dolorida resistência, reafirmando o direito à vida, de ser e estar de qualquer ser humano, e vomita em nossas caras a distante realidade deste ideal.
2021 e certamente podemos afirmar que o mercado publicitário começou a entender que tudo significa, que existe uma enorme responsabilidade social em um conteúdo comercial, e que não se posicionar é se posicionar.

A diferença com que os mesmos conteúdos são tratados no Brasil é gritante, de maneira velada e cheia de dedos. Resta saber, diante da queda da nossa democracia, quem vai ter a mesma coragem de trincar esta hipocrisia, e deixar que a dor de um país em crise vaze pelas fissuras.