24 de junho de 2022 - 14h59

Escrevo este texto embalada numa mistura de emoção com o término do Festival de Cannes. Agora que estava começando a pegar o jeitão, afinal, como brinquei com várias pessoas, Cannes Lions, para mim, teve muitos “primeiros”: a primeira imigração pós-covid; primeira vez de festival e que tive o orgulho de trabalhar como jurada na categoria Mobile, mas o que me impactou, de fato, foi ver pela primeira vez uma quantidade de profissionais pretos na indústria (com grande quantidade de brasileiras e brasileiros).

Você pode estar perguntando (como assim fiz várias vezes durante os 4 dias): e os leões? O futuro da criatividade? O next step pós 2 anos sem festival presencial? É claro que o Pallais agregou nomes e temas incríveis, de tirar lágrimas da plateia, como o vídeo do Presidente Zelensky e o quanto a criatividade pode ajudar e povo ucraniano.

O brilho e, até ouso dizer, o ineditismo deste ano ficou concentrado em assuntos onde o ESG é o “puxa fila”. Começa pelos cases que julguei, onde a maioria absoluta estava concentrada em iniciativas reais de empoderamento feminino, batalha de preconceito, inclusão e equidade.

Mas ver grandes marcas ao longo do festival criando possibilidades de reflexões em palestras (e com um recorte maior sobre a importância de inclusão e equidade) ao vivo foi extraordinariamente importante e emblemático. Ouvir vozes misturadas (brancas e pretas), com o maior objetivo de diminuir as taxas de desigualdade para que, num futuro espero que bem curto, possamos refletir mais sobre os resultados criativos liderados por pessoas pretas.

Deixo Cannes com sabor de agradecimento e a missão de ser mais uma (de muitas) pessoas com a pauta mais do que aberta. É sobre um movimento gigantesco e transformador no mercado de Comunicação, que estou pronta para ajudar a construir pontes, especialmente no Live Marketing, onde essencialmente o que fala mais alto é a experiência.