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Cannes Lions

20 A 24 DE JUNHO DE 2022

Quando me perguntam se Cannes já era

É pra isso que vou pra Cannes, para esperar o que os americanos chamam de “next big thing” Facebook Twitter Linkedin


13 de junho de 2016 - 8h05

A menos de uma semana de embarcar para o meu sexto Cannes Lions consecutivo, resolvi escrever sobre uma coisa que há pelo menos dois anos muitos amigos me perguntam: “Mas, Cannes já era, né? Agora o negócio é aquele festival no Texas…”

Me pergunto: Será que cerca de 15 mil pessoas de todo o mundo estão erradas indo pra Cannes?

Por mais que todos saibam que Cannes cada vez mais é um grande comércio, cada ano criam mais categorias, mais prêmios, ainda é inegável a importância desse festival para o nosso mercado.

Por mais de 60 anos temos o Festival de Cannes como grande referência para as nossas propagandas. Desde que comecei a trabalhar em agência, durante muito tempo esperava ansiosamente aquele CDzinho que rolava internamente aqui no Brasil com os trabalhos premiados daquele ano. Aquilo me encantava, cada corte, fotografia, timing de piada, tudo minunciosamente absorvido. Assistia todos os filmes como se estivesse fazendo uma aula com cada diretor.

Tá bom Igor, mas agora você vê todos os trabalhos pela internet, baixa rapidinho, pra que você quer ir pra Cannes se tem tudo online?

Me lembro como se fosse hoje, em 2002, quando descobri a série BMW Films, “The Hire”. Para quem não conhece, uma série de oito curtas, dirigidos por grandes nomes como Ang Lee, Wong Kar-Wai, Guy Ritchie, Alejandro González Iñárritu, John Woo, Joe Carnahan, Tony Scott e John Frankenheimer, e que os grandes protagonistas eram a BMW e seu motorista, Clive Owen. Aquilo foi um divisor de águas para a propaganda.

Como alguém criara oito curtas com os diretores e atores mais fodas do mundo e não colocaria aquilo na TV? Mas é só internet? Sim, e em uma época de conexões precárias, onde para baixar cada filme levava de duas a quatro horas, dependendo da sua internet. Os filmes foram vistos mais de 11 milhões de vezes em quatro meses, e ainda não existia o YouTube. Resultado? As vendas subiram 12% em 2001 com relação ao ano anterior.

Quatorze anos se passaram e hoje enchemos a boca para falar de storytelling, dizer que produzimos branded content, mas na época, BMW Films foi algo muito genial. Tão genial que Festival de Cannes não tinha categoria para premiá-lo e decidiu criar o Titanium Lions.

Então, respondo para os meus amigos:

É pra isso que vou pra Cannes, para esperar o que os americanos chamam de “next big thing”, quero estar lá quando nomearem outro metal da tabela periódica para premiar algo de um grande caralho que ninguém nunca havia feito.

Te vejo no Cannes Lions 2016. Au Revoir.

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