Cannes Lions
20 A 24 DE JUNHO DE 2022
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Prêmio inédito da história da Grey veio com case “Detector de Corrupção”, feito para o Reclame Aqui
Bárbara Sacchitiello
19 de junho de 2018 - 15h50
A corrupção brasileira é um assunto que já deixou de ser restrito apenas aos limites geográficos do País. As diversas denúncias trazidas à tona pela Operação Lava Jato, o impeachment da presidente Dilma Rousseff em 2016 e as instabilidades que vem tomando conta do País desde então entraram na pauta da mídia internacional.
Dessa forma, não foi muito difícil explicar para um grupo de publicitários de diversas partes do mundo o quão profundo e complexo é o problema da corrupção no País. Ao ver materializada no ambiente digital uma ferramenta que, ao menos, visa ajudar a pessoas a conhecer os políticos que estão mais envolvidos em denúncias, o júri de Mobile não hesitou em conceder o Grand Prix de 2018 para o trabalho “Detector de Corrupção”, feito pela Grey para o Reclame Aqui. É o primeiro prêmio desse porte que a agência do grupo Newcomm recebe em Cannes.
Em forma de aplicativo, o “Detector” conta com uma tecnologia de reconhecimento facial. Ao posicionar o celular na frente de uma reportagem de TV, foto de jornal ou imagem na internet de qualquer político, imediatamente o app reconhece e exibe uma ficha de informações sobre a pessoa: se está ou não envolvido em processos de corrupção, quantos processos ele enfrenta, etc. O aplicativo foi criado tendo em vista as eleições de outubro deste ano, nas quais os brasileiros escolherão o próximo presidente do País, além dos governadores, senadores e deputados. Veja:
https://www.youtube.com/watch?v=ccc811WUjRE
“O que determinou muito a escolha desse trabalho como o Grand Prix foi a demonstração do uso do celular para um fim positivo e educativo. Quando pensamos que os jovens passam o maior período do dia com o telefone em mãos, é importante ver que o celular também pode trazer conhecimento que será útil para a sociedade”, comenta Fábio Simões, diretor executivo de criação da FCB Brasil, único representante do País no júri de mobile.
Era da FCB, até então, o único Grand Prix de Mobile da história do Brasil. O prêmio foi conquistado em 2014, por um trabalho para Nivea Sun. Agora, a Grey também entra no seleto rol de agências vencedoras de Grand Prix em Cannes com um trabalho que expõe as mazelas do País, ao mesmo tempo em que oferece uma solução para, ao menos, tentar amenizá-la.
Como o júri é composto por profissionais de diversas partes do mundo, oriundos de diferentes culturas, as vezes é necessário uma explicação mais ampla do contexto daquele trabalho para o País que o inscreveu. Nesse caso do prêmio da Grey, esse esclarecimento nem foi tão necessário. “As notícias da política brasileira têm sido bem mais divulgadas pela mídia internacional, então eles já conseguiam compreender o assunto. O que fiz foi contextualizar melhor como essa crise política interfere em nosso dia a dia e no bem-estar do País, como um todo”, comenta Simões.
Rodrigo Jatene, que participou da criação do case quando ainda era CCO e copresidente da Grey e Adriano Matos, vice-presidente de criação da agência, fazem questão de reconhecer a importância da premiação não apenas pelo o que ela representa para a Grey, mas pela mensagem social que ela carrega. “Estamos muito orgulhosos desse GP. Numa era em que os dados têm sido usados de forma irresponsável em benefício de pequenos grupos, manipulando a massa e interferindo no jogo eleitoral de forma inescrupulosa, o Detector de Corrupção vai na contramão. O app é uma poderosa ferramenta que usa os dados a serviço da transparência, separando o joio do trigo e permitindo a todos um voto mais consciente. Ele fortalece a democracia e pode transformar o Brasil”, dizem os criativos, em declaração assinada em conjunto.
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