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Cannes Lions

20 A 24 DE JUNHO DE 2022


8 de junho de 2018 - 15h39

Eu acredito que grande parte de nossos feitos é impulsionada pelo desafio dos céticos. É como se o duvidar alheio pusesse querosene no fogo de nossa curiosidade, no fogo de nossa vontade de fazer o que “não pode ser feito”. E assim, a oposição alimenta a garra de nosso “ser contrariante”.

Eis que foram me dizer que esse ano eu não poderia ir a Cannes. Afinal de contas a Publicis (mãe da SapientRazorfish, onde trabalho em NY) declarou que não vai participar de quaisquer festivais e premiações em 2018 com o intuito de redirecionar o investimento para a criação de Marcel. Ate ai tudo bem (alias, tudo ótimo, pois Marcel vai de vento em popa! https://bit.ly/2ILQewJ). Mas, além do pesar no bolso, o que me impediria de ir a Cannes bancando por conta própria? “Ah, mas pega mal”. Pega mal?! Ora, deixo de fazer coisas legais porque faz mal, ou causa mal, mas não porque ‘pega mal’. Pois pronto, foi mesmo que uma enxurrada de querosene no fogo de minha curiosidade de debutar em Cannes. Sim, debutar, pois apesar de trabalhar com Creative Strategy ha muitos invernos, venho trilhando uma trajetória um tanto não convencional, onde tenho priorizado trocar figurinhas com empreendedores e fazedores fora do circuito de agencia. Também nunca dei muita trela para a expectativa de “ter que ir” a Cannes. Só que nos últimos dois anos, Cannes deu show de criatividade-com-proposito-nobre (e ai o meu coração amolece); de forma que pela primeira vez senti realmente vontade de ir. Deixa para lá, Silvia , vai ano que vem – converso comigo mesma; mas no fundo, bem sei que quando meu “ser contrariante” me cutuca, janelas se abrem e passarinhos alto cantam. Então, lá vou, feliz da vida rumo a grande celebração da criatividade (ou assim espero) .

O que espero? Muita nobreza – criatividade a serviço de comportamentos nobres; criatividade que te faz sentir e agir no desencadear da bem-feitoria social. Também espero conhecer gente rebelde e inspiradora, ir a festas pirantes, e voltar ainda mais pilhada para reinventar minha jornada de “Entrepreneurial Creative Strategist”

E por falar em “reinvenção”, essa semana começo a entrar no clima de “I Cannes” indo a Recife para a abertura da exposição de arte de minha musa inspiradora – minha mãe– que após sofrer um grave AVC, recebeu a noticia de que “não mais poderia” falar nem pintar (olha a querosene!). Pois hoje, 15 anos depois, apesar de não mexer o braço direito e ter a fala comprometida, a danada (Lucia) pinta o sete com o braço esquerdo e expressa seu colorido interior por meio de sua arte. A exposição se chama: ‘A Cor Da Voz. Acorda Voz’ e promete inspirar e cutucar o ser contrariante dentro de nós.

Entrevista que dei hoje pela manha sobre o assunto: https://globoplay.globo.com/v/6792298/

Como disse o próprio Marcel Bleustein- Blanchet: “When you are challenged, it’s the right time to be bold”. So yes, we all Cannes 🙂

Para contexto:
Eu tenho um enfadonho background em business consulting. Depois de trabalhar no escritório da Deloitte em Boston, disse adeus ao mocassim e calça caqui, e ha dez anos venho brincando nos playgrounds de NYC – seja em agencia (bbdo, jwt, e mccann), ou como entrepreneur – tive duas start-ups que não foram absolutamente a lugar algum; e antes de ser declarada uma persistente perdedora… tive a sorte de vender minha terceira start-up para uma empresa da NASDAQ. Depois de um petit sabático, entrei na SapientRazorfish para liderar o time de Creative Strategy em NY, onde “contrario com missão” há dois anos.

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