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Análise Titanium: O futuro será bom ou será bonzinho?

Joanna Monteiro, CCO da FCB, comenta o vencedor do Grand Prix e as cinco campanhas ganhadoras do Titanium Lions 2018


25 de junho de 2018 - 15h35

Por Joanna Monteiro, CCO da FCB Brasil

Joanna Monteiro

Pelo resultado dos Leões da categoria “que aponta-para-o-futuro”, “que muda-o-jogo” e “que muda-a-indústria”, o futuro será dos bonzinhos.

Mas, também, quem pode falar mal de um Grand Prix que ajuda a preservar a natureza de um paraíso com a ajuda de crianças lindas e de um gigante que você quer beijar? Fica difícil.

Em tempos de guerras, governantes malucos, atentados e tiros em escolas, é legal assistir a mais uma dança deliciosa, com execução impecável da Apple. Ou a um bom trailer divertidíssimo de lançamento de um filme clássico, que não existe, para promover a Austrália.

Nothing Beats a Londoner, para Nike, foi batido pelo gigante bacana no GP e ganhou um Leão igual ao da campanha superboazinha Bloody Normal, que fala para as mulheres e para todo mundo que menstruação é normal.

Nenhuma delas embrulha o estômago, como a da menina na frente de um touro em Wall Street, mas são bacanas. Ou seja, o futuro é bacana. Bacana é bonzinho. E bonzinho não é bom.

Esse ano eu torcia para a maravilhosa má-criação FCK, para KFC, mas nem Leão levou. Ou para Tide Ad – com a volta da propaganda que parece clássica mas é fresca e moderna. Propaganda que vende porque tem a estratégia, a criação e a mídia social superamarradas. Ideia que provoca, que vira assunto, que é engraçada e feita para um produto de uma categoria difícil e careta, para uma marca gigante.

Com Tide Ad, tivemos em 2018 a oportunidade de ser mais 2014, quando o GP (Integrated) foi Sorry I Spent it on Myself, mas não deu. Está tudo muito bom, está tudo muito bonzinho, mas eu ainda torço por um futuro como nosso passado mais malvado.

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