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Com “saudade”, Sadoun mostra Marcel e anuncia volta do Publicis

CEO do Publicis Groupe subiu ao palco no Palais para apresentar os detalhes da plataforma de inteligência artificial criada pela companhia

Bárbara Sacchitiello
19 de junho de 2018 - 13h27

Arthur Sadoun mostrou os detalhes da plataforma Marcel e confirmou o retorno da holding à premiação a partir de 2019 (Crédito: Eduardo Lopes)

Diferentemente do que prometeu Arthur Sadoun no Palais des Festival há exatamente um ano, o Publicis Groupe, veio a Cannes em 2018. Embora realmente fora da lista dos premiados e shortlists, a agência marcou presença ao levar o CEO do grupo e outras duas de suas maiores lideranças ao palco do Festival para mostrar, justamente, o resultado daquilo que motivou a ausência temporária da holding no evento: a plataforma de inteligência artificial Marcel.

“Senti muita falta daqui e de todos vocês. Foi um sacrifício não participar do Festival, mas tomamos essa decisão por conta de um objetivo e não para gerar polêmica. Não precisamos desse tipo de PR”, declarou Arthur Sadoun, CEO do Publicis Groupe, assim que abriu a apresentação do grupo. A indireta, claro, foram as críticas recebidas pela holding por diversos membros da indústria da comunicação, que salientaram que o anúncio do Publicis Groupe teria mais objetivo de causar impacto do que, de fato, orientar os negócios do grupo para um novo patamar.

O seminário do grupo foi orientado exatamente a responder essas críticas revelando de forma mais clara as propostas da Marcel. Com a participação do chief creative officer do grupo, Nick Law e de Carla Serrano, chief strategy officer da Publicis North America, o painel da Publicis apresentou a Marcel como uma plataforma de pretende conectar os mais de 80 mil funcionários que trabalham nas 1,2 mil agências e empresas que o grupo possui em todo o mundo.

Mais do que criar uma plataforma única que conecte seus colaboradores, a Marcel tem planos mais ousados. Segundo Sadoun, a proposta é que a plataforma acaba propiciando um trabalho criativo sem fronteiras, em que talentos do grupo, localizados em diferentes pontos do planeta, possam se conectar a fim de gerar as melhores ideias para os mais de 4 mil clientes que a Publicis Groupe possui no mundo. “Sabemos que precisamos estimular as pessoas e possibilitar a todos os talentos as mesmas oportunidades de crescimento e evolução. Com a Marcel nós construímos uma interface em que, a cada dia, o colaborador receberá 6 cards com artigos interessantes, entrevistas dos executivos do grupo e principalmente, novas ideias que inspirem seu trabalho. E como existe uma grande inteligência por trás dessa plataforma, a cada dia ele receberá conteúdos que mais tem a ver com seus interesses”, explica Carla Serrano.

Nick Law mostrou que o grupo também possui propostas mais práticas com a Marcel. A plataforma de inteligência permite, por exemplo, que briefings de clientes sejam distribuídos a diferentes empresas do grupo, que podem desenvolver em conjunto as soluções e ajudar as quebrar as fronteiras. “Tenho o exemplo de uma agência pequena do grupo, de Madrid, que nunca tinha trabalhado com o Walmart, mas que pela plataforma conseguiu criar uma ideia que chegou até o próprio CMO da marca”, exemplificou Nick Law.

Brincando com a própria curiosidade que o mercado criou acerca da Marcel, a plataforma que causou a ausência do grupo em Cannes, Sadoun convidou vários dos líderes de redes, grupos e agências de publicidade de várias partes do mundo para enviar vídeos com perguntas sobre a Marcel. Entre piadas como “A Marcel é capaz de trazer um vinho rosé gelado às nossas mesas”, surgiu um questionamento que levou Sadoun a exaltar sua relação direta com o Festival.

Sadoun foi questionado se ainda acredita que Cannes tem um papel importante na indústria criativa. Sem hesitar, o CEO do Publicis Groupe declarou que foi o festival – e tudo aquilo que as agências são capazes de gerar – que o fizeram entrar na indústria criativa. “Venho a Cannes há 20 anos e acredito que o Festival continua sendo fundamental por dois motivos. O primeiro é o fato de que nosso trabalho precisa ser julgado. Isso nos traz uma ideia de como estamos atendendo a nossos clientes e de que forma podemos melhorar e buscar ideias melhores. E a segunda é a inspiração. Ao estar aqui e ver os trabalhos, os cases que estão produzindo e me conectar com outras pessoas, me sinto parte da indústria criativa. Nada nesse grupo será mais importante do que a criatividade”, frisa.

E, talvez a maior questão que ronda a presença do Publicis Groupe em Cannes foi respondida sem hesitar por Sadoun: “Sim, estaremos de volta na premiação do ano que vem”, disse.

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