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Cannes Lions

20 A 24 DE JUNHO DE 2022


15 de junho de 2018 - 12h00

Em geral, ainda estamos na faculdade, sem nem saber ao certo onde Cannes fica no mapa (nem como se pronuncia), mas já de cara somos rodeado por estatuetas de leões meio empoeiradas em salas de reunião, brainstorms de ideias pró-ativas, expectativa, rankings e – se tudo correr como o esperado – brindes e churrascos.

Lidamos desde o primeiro dia com a ideia do Festival de Cannes – e apenas com a ideia.

Até chegarmos ao status necessário para ver isso de perto, são anos ouvindo falar do tal festival de criatividade. O glamour, as festas, a importância das premiações, as discussões lideradas por quem lidera o mercado.

Tudo muito bonito, muito atraente. Mas, ao mesmo tempo, tudo muito distante.

Quanto disso realmente chega às outras áreas da agência – além das fichas técnicas e histórias contadas por aí?

Quanto disso realmente chega aos jovens profissionais – além da promessa de aumento de salário para os criativos (veja bem, apenas os “criativos”) que conquistarem seus leões?

Ao contrário de outros eventos mais “amigáveis” como o SxSw, que inspiram conexão justamente por quão ecléticos são sua programação e seu público, Cannes parece se proteger (ou se esconder) na segregação do seleto núcleo de publicitários experientes que conquistaram o direito de participar.

Para quem está de fora, o Festival de Cannes é uma entidade. Um oráculo.

Algo intocável, meio intangível, tanto polêmico quanto inquestionável, quase inacessível.

Daí que eu acho o Young Lions é uma das iniciativas mais interessantes da nossa profissão.

Levar gente nova para ver e participar do que só se ouve falar refresca a nossa relação com o mercado, refresca o Festival e refresca nosso trabalho por aqui.

Agora, do lado de quem vai pela primeira vez e nem é uma “criativa”, já dá pra afirmar: só quando você começa a programar sua agenda do Festival e a se aprofundar no que Cannes tem a oferecer (além das estatuetas) é que você entende que ele parece estar, sim, tentando resolver sua própria imagem pro mercado.

Uma imagem muitas vezes velha e antiquada – que, não à toa, reflete tão bem a da nossa própria categoria em geral.

Em meio a palestras de celebridades, um interesse claro pelas mudanças da sociedade e uma lista infinita de pessoas que mudaram o mercado nos últimos anos, Cannes já se mostra mais complexo, importante e preocupado do que eu imaginei possível para aquele tal “Festival de Criação”.

Com os outros Youngs desse ano, vou lá descobrir o que essa “ideia de Cannes” significa na prática.

E aí, na volta (como muitos Youngs já devem ter pensado em outros anos, mas sempre é tempo de tentar de novo), quem sabe consigamos ajudar o Festival a resolver de fato a distância que o separa dos jovens profissionais – e do futuro da nossa profissão.

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