24 de junho de 2017 - 10h32

Durante o 64° Festival de Cannes, tive muitos bons papos com criativos que vêm à Cannes há anos, e uma coisa me chamou muita atenção: quase todos comentaram sobre a mudança de uns anos para cá, de terem concentrado os boards e shortlists “no porão do Palais” e não mais no suntuoso Auditório Lumiere…

Refletindo sobre isso, nada mais do que esperado né? Afinal, o mundo mudou mesmo, as pessoas estão sedentas por conteúdos, experiências, existe inevitavelmente uma preocupação dos organizadores de Cannes com os festivais que focam 100% em conteúdo, como é o caso do SXSW, além do mais, a tecnologia nos ajudou muito a ter acesso a tudo de forma personalizada, como quisermos e quando quisermos. Portanto, no meu ponto de vista, não existe preterência ao core business do festival ao concentrar as palestras nos auditórios e os trabalhos no andar de baixo, existe sim um excesso delicioso de escolhas para se fazer no Palais.

Pensando já nos próximos anos, pode ser que as palestras sejam entregues na nuvem e o Palais seja apenas um espaço de tecnologias. Quer dizer, será que existirá o Palais? Se formos mais longe tudo fica mais efêmero ainda, o professor aclamado Stephen Hawking acaba de afirmar: “A raça humana deve começar a deixar a Terra nos próximos 30 anos para evitar ser eliminada devido ao excesso de população e às mudanças climáticas”. Portanto, a criatividade de hoje definitivamente não será útil para o cenário de amanhã, let’s get over It!

A criatividade sempre exige tomar riscos e desafios, e aqui não seria diferente.