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Cannes Lions

20 A 24 DE JUNHO DE 2022


9 de junho de 2017 - 12h21

Outro dia um colega de trabalho, o Tosi, me disse que brasileiro só gosta de esportes em que o Brasil ganha. Mind = blown. Ele tem razão. A gente adorava tênis na época do Guga, F1 na época do Senna e Futebol… bom, você entendeu.

Cannes é uma semana de aprendizado e networking, mas não deixa de ser uma competição. Entre ideias, entre agências, entre anunciantes, entre redes e, em última instância, entre países. Todo ano, do meio pra frente da semana, as estatísticas começam a soar meio patrióticas como “EUA lideram o número de leões, seguidos por Inglaterra e Brasil”. Muitas vezes inclusive nesta ordem: historicamente sempre estivemos entre os três mais premiados.

Este ano, entretanto, receio que vamos perder uma posição. Pra quem? Pro Brasil. Mais precisamente para os talentos que exportamos para o mundo nos últimos anos. Nomes que estão criando e liderando times noutros cantos do mundo, como o Beto e o Renato brilhando na costa oeste americana, o Dudu e o Don Mateos em LA, o Samuca em São Francisco, o Felix em Miami, o Victor em Portugal, o Versolato, o He-Man e o Zanin em Singapura, o Manir e o Dedé em Londres e tantos outros colegas talentosíssimos.

Comecei o texto meio dramático, mas não é sobre ganhar ou perder. É sobre comprovar que o problema do Brasil não é o brasileiro. Não na escala individual, pelo menos. A dificuldade local está na estrutura que engloba a dinâmica, a maturidade e a organização do mercado, a nossa situação econômica, o poder de compra do nosso consumidor, a proporção de decisões tomadas por clientes à partir do Brasil e por aí vai. É sobre a melancólica sensação de ver trabalhos incríveis e relevantes – os que movem ponteiros de negócio e constroem grandes marcas – feitos por brasileiros lá fora e pensar: podia ser a gente, mas você não colabora, Brasil.

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