9 de junho de 2017 - 12h10

“Se uma humanidade inteira de mulheres não faz parte da nossa cultura, então temos que mudar nossa cultura” – Chimamanda Ngozi Adichie

Em um ano em que a desigualdade de gênero ganhou a atenção dos cases no mundo inteiro, minha maior expectativa é que essa discussão vá muito além dos palcos do festival. E alcance pessoas e lugares fundamentais, como os departamentos responsáveis pela contratação, promoção e remuneração de mulheres, especialmente na criação – estima-se que há apenas 25% de mulheres nesse setor, e só 11% delas vão alcançar um cargo de liderança.

Cannes 2017 já aponta para algumas mudanças, como o aumento da representatividade feminina no júri (43% de juradas) e a orientação ao júri de não reconhecer trabalhos que perpetuem estereótipos de gênero – resultado da petição realizada por Madonna Badger, CCO da Badger & Winters, e impulsionada pela campanha #womennotobjects.

É animador que iniciativas como as da Madonna existam, mas é alarmante que trabalhos que perpetuam estereótipos continuem sendo feitos.

E é justamente por isso que é tão empolgante ter a chance de participar do See it Be it, um programa criado como uma resposta ao desequilíbrio de gênero da nossa indústria, e ter a oportunidade de aprender com as outras 14 participantes, receber mentoria das principais líderes de agência e conversar diretamente com a Madonna Badgers – embaixadora do programa deste ano.