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Cannes Lions

20 A 24 DE JUNHO DE 2022


20 de junho de 2017 - 16h45

Hoje o dia foi de gratas surpresas. Segui indicações de amigos e no fim assisti palestras muito interessantes. Separei os pontos que me surpreenderam.

Vamos começar pelo China Day:

Hoje foi o dia da China, com palestras especiais sobre o país, sua relação com o consumo, suas características econômicas e, sem dúvida, suas especificidades e oportunidades publicitárias.

Assisti a palestra do pianista Lang Lang. Para quem não conhece, assim como eu não conhecia até a manhã de hoje, vale MUITO a pena assistir seus vídeos no YouTube.

A primeira surpresa foi pela sua desenvoltura de palco incrível, super carismático. Lang Lang contou sobre sua relação com a cultura chinesa, sobre a pressão dos pais para a educação dos filhos e como isto resultou em uma obsessão por ser melhor, ganhar e ganhar espaço na música.

Ele sabia que para ser um músico completo precisaria compreender as músicas do mundo todo. Se mudou para a Califórnia, estudou muito e só conseguiu começar sua carreira quando um pianista consagrado precisou ser substituído de última hora.

A segunda boa surpresa do dia foi a palestra da Carolina Coppoli, da Accenture.

Argentina e responsável pela America Latina, ela desenhou sua apresentação através de uma narrativa fantástica usando a psicologia e a psicoterapia como base para seus raciocínios sobre o ser humano e padrões matemáticos desenvolvidos por computadores.

A apresentação começa mostrando como a psicologia analisa padrões comportamentais para decifrar as dores humanas e como construir histórias ajuda o ser humano a diferenciar o passado do presente e a solucionar o futuro.

Ela compara esta estrutura com a dos algoritmos, que podem racionalizar sobre os padrões mas que, sem a empatia humana, nem sempre são capazes de prever o comportamento futuro. O exemplo utilizado foi a previsibilidade de Romeu e Julieta. Analisando a sequência dos diálogos, Julieta só conheceu Romeu no quinto ato. Estatisticamente com pouquíssima chance de desistir do casamento idealizado pelos seus pais, já que os dados históricos eram lineares até este momento. Uma forma leve de dizer que dados podem ser vazios quando não associados a fatores do comportamento humano e à criatividade.

E a terceira surpresa do dia vai para a palestra do Scott Galloway, professora NYU, autor do livro “The Four. Or how to build a trillion dollar company”

Como um bom professor universitário, ele envolveu a plateia com maestria. Sua apresentação certamente resume pontos essenciais do livro. Ele descreve nossas relações com as Big Four:

Google: é nosso oráculo, quase nosso Deus onde buscamos respostas para tudo

Facebook: é onde está nosso coração, responsável por nos trazer amor

Amazon: onde está nosso consumo, nossa necessidade de suprimentos

Apple: uma relação sexual, onde parecemos lindos e mais potentes do que realmente somos

Durante a palestra ele compara o tamanho destas empresas ao tamanho do pib de alguns países. Outra comparação, com algumas empresas mais tradicionais, mostra o volume de funcionários necessários  para cada dólar de receita. E outra, bem interessante, compara essa empresas com indústrias mais consolidadas como a automotiva e mostra a importante inversão de curva de investimento em tecnologia. Quanto mais tecnologia tem um carro, mais caro ele custa. Já, para as big 4, quanto mais tecnologia, mais barato fica o produto.

Mas a melhor parte, sem dúvida, foi o raciocínio geral sobre a influência destas empresas na formação da relação de consumo do futuro. Previsões de futuro muito interessantes. Acho que vale comprar o livro ou fazer um curso com ele na NYU 🙂

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