14 de junho de 2017 - 18h57

O que eu espero de Cannes?

Sei que teremos palestras, cases, workshops e tudo vai ser muito interessante. Sei que encontrarei clientes e executivos do nosso grupo de comunicação para boas conversas. Mas tudo isso ainda não me respondia à pergunta: o que eu realmente espero de Cannes? E, de repente, como um flash telepático, entendi que eu espero fazer uma suruba Sense8 em Cannes este ano.

Eu quero entrar na cabeça das pessoas que encontrar pelo caminho e ser eletrocutado por suas excitações. Eu quero saber sobre o que estão instigadas, o que as angustia e de onde tem tirado sua motivação criativa num momento difícil do Brasil, vivendo em um mercado em transformação, cheio de pressões, questões e respostas pouco definitivas. E eu quero saber sobre suas vidas também, sobre como se sentem, se estão bem. Porque, a bem da verdade, não dissociamos o profissional do pessoal.

Lá em Cannes eu quero todos! Quero homens, mulheres, gays, lésbicas, barbudos e não depiladas, todo o tipo de cabeça bacana conectando suas ideias como um homo-sensorium numa troca de percepções sobre o mundo que veem a sua volta. Porque antes dos cases, quem faz Cannes acontecer são as pessoas. Eu quero ouvir cada história com interesse genuíno, eu colher cada ponto de vista que possa mexer comigo.

Mas para essa troca acontecer eu sei que tenho que dar ao outro o meu melhor também. Preciso me manter aberto, permeável. Portanto, se você me encontrar por Cannes, pode estar certo de uma coisa: eu estarei nu para você. E então, numa questão de instantes, estaremos fazendo uma maravilhosa suruba Sense8.