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Holding francesa anuncia ano sabático para se dedicar à sua nova plataforma de inteligência artificial, ficando de fora de festivais como Cannes, SXSW e CES
21 de junho de 2017 - 14h53
Por Lindsay Stein, do Advertising Age
O Publicis Groupe vai passar o ano de 2018 longe das premiações e investimentos promocionais, incluindo o Festival Internacional de Criatividade de Cannes, migrando seus investimentos para uma nova assistente profissional com inteligência artificial. Todo o investimento e foco do grupo irá para a plataforma, que foi nomeada “Marcel” em homenagem ao fundador da companhia, Marcel Bleustein-Blanchet. “Não haverá eventos promocionais, estamos certos quanto a isso. Não estaremos em Cannes no ano que vem”, disse o CEO Arthur Sadoun.
A Marcel, que está sendo desenvolvida internamente, permitirá que 80 mil funcionários de 200 disciplinas, em 130 países, permaneçam conectados e possam identificar projetos com os quais queiram colaborar em diferentes mercados, antecipando as necessidades dos clientes através de ferramentas preditivas.
A plataforma deve levar um ano para ficar pronta, incluindo o desenvolvimento de sua estrutura financeira e a catalogação de perfis dos funcionários no sistema, com o apoio da equipe de Recursos Humanos. A Publicis Sapient vai construir boa parte da tecnologia, mas o grupo deve procurar parceiros externos para ajudar em áreas específicas como inteligência artificial.
Sadoun afirmou que “transformação” pode ser uma “buzz-word estúpida” que apareceu em Cannes este ano, mas é algo que todos estão tentando alcançar. A Marcel “vai tomar muito do nosso tempo, dinheiro e energia, mas acreditamos que se não construirmos a tecnologia no coração da organização, jamais seremos capazes de nos transformar do jeito certo e garantir o progresso das nossas pessoas”, afirmou o executivo. A indústria também precisa de um novo modelo para atender às necessidades dos clientes, de acordo com o CEO, que disse estar “nervoso e animado” em relação ao projeto.
O CEO da Publicis Communications North America, Andrew Bruce, disse que a Marcel é um “movimento óbvio e importante”, dada a forma como todos já interagem e colaboram em plataformas digitais. Ele acredita que combinar isso aos talentos e capacidades do grupo é um jeito eficiente de integrar todas as partes.
Em relação aos sentimentos da equipe em não concorrer aos prêmios, Bruce disse concordar com as ideias do líder criativo global da Leo Burnett Worldwide, Mark Tutssel, cuja crença é de que o foco em acertar deve estar presente nos 365 dias do ano. Bruce afirma estar por trás de decisão da Publicis e diz que o grupo precisa ser “inacreditavelmente eficiente nos investimentos”.
Carla Serrano, chief strategy officer do Publicis Groupe, disse que o modelo “Power of One” da companhia, de trabalhar sem a divisão em silos, tem funcionado bem, mas que alguma coisa está faltando. Segundo ela, a empresa não é empoderada tecnologicamente e, portanto, não é possível fazer casting preditivo ou se preparar para o que vem em seguida. Ela acrescentou que a Marcel também será ótima no sentido de dar aos funcionários da companhia ao redor do mundo a chance para trabalhar em projetos nos quais não poderiam participar normalmente.
Tradução: Karina Balan Julio
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