Cannes Lions
20 A 24 DE JUNHO DE 2022
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Kiki Moretti, sócia e presidente do Grupo In Press, opina sobre o equilíbrio entre criatividade, estratégias eficientes de relações públicas, resultados mensuráveis e insights baseados em data
21 de junho de 2017 - 8h41
Por Kiki Moretti, sócia e presidente do Grupo In Press
“Back to Basics”! Essa foi a resposta de um membro do júri de PR ao ser perguntado como resumiria em duas palavras os trabalhos de 2017.
Essa foi a mesma sensação que tive ao ver os cases ganhadores de Leões esse ano aqui em Cannes. Um equilíbrio muito interessante entre criatividade, estratégias eficientes de PR e muita preocupação com resultados mensuráveis e insights baseados em “data”. E, acima de tudo, lindas histórias.
No ano em que o Brasil levou o maior número de Leões em PR – 10 – adorei ver premiadas campanhas simples, criativas, bem humoradas, como o Cheetos Museum e Spanish Lessons, do Netflix, que fugiram da tendência – sem volta – de ter sempre uma causa social por trás. Também vi a volta de cases que usam instalações – museus, eventos – pra levantar questões e dialogar com a sociedade (Teddy Gun).
A seleção de Leões conseguiu contemplar os grandes movimentos da indústria de PR mundial – questões sociais como diversidade, igualdade de gênero e educação; uso de tecnologia pra gerar um produto ou experiências que iniciam um diálogo e chamam à ação (call to action); cada vez maior uso de data para criar campanhas engajadoras (campanha “Care counts – Whirpool”); atenção à forma de mensuração palpável dos resultados.
E percebi algumas ondas com temas atuais, mas que o júri decidiu não premiar por serem momentâneas – instabilidade política, medo, muita camiseta chamando pra causas!
Mas gostei mesmo foi do Grand Prix de PR – e que também levou o Glass Lions – o Fearless Girl. Que campanha forte e delicada ao mesmo tempo! A garotinha encarando um touro, “The corporate America”, é uma imagem linda. Mais do que uma causa, sinaliza um movimento sem volta – ampliar as oportunidade para as mulheres nos boards executivos. E tem tudo que uma campanha de PR precisa – atitude, conexão com a realidade, um propósito claro de mudança na sociedade. Usa ferramentas que amo: instalação urbana, interação real com o público, mídia espontânea. E cliente – uma instituição financeira – se comprometendo a ampliar o número de mulheres no seu próprio board.
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