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Cannes Lions

20 A 24 DE JUNHO DE 2022

Análise de Lions Health: 66 anos em seis

Co-managing director e diretor executivo de criação da FCB Health, Mauro Arruda avalia os insights da categoria: “As demandas são urgentes, os recursos estão aí”


25 de junho de 2019 - 15h20

Mauro Arruda, co-managing director e diretor executivo de criação da FCB Health

Mauro Arruda (Crédito: divulgação)

Esta história começa no primeiro dia de Cannes. Calma, este não é mais um diário deslumbrado de viagem. Não estou falando de duas semanas atrás – mas da primeira edição do festival, há impensáveis 66 anos.

Para a gente se situar: enquanto o primeiro festival de publicidade abria suas portas, uma jovem chamada Elizabeth II estreava no trono britânico e os primeiros humanos chegavam ao topo do Everest. A conquista da lua era apenas ficção científica.

Nesse mesmo tempo emergem avanços que mudariam o mundo para sempre. A vacina da polio. A pioneira cirurgia cardíaca. A descoberta da estrutura do DNA. Coisas cotidianas, que hoje impactam bilhões de pessoas, só passavam ao patrimônio coletivo da humanidade naquele momento.

Fast forward para 2019. Enquanto a ciência segue expandindo fronteiras, Cannes está onde sempre esteve, reunindo pessoas para reflexões à frente de um espelho do nosso próprio tempo. Andar pela Croisette é passear por uma gigantesca tela de smartphone ao ar livre: stands do Facebook, Google, Instagram, Spotify e Twitter gritam por sua atenção, à qual retribuem com palestras visionárias e pequenas recompensas alcoólico-culinárias.

Dentro do Palais, o Lions Health chega ao seu sexto ano. Difícil não sentir uma pontinha de orgulho. Fui jurado da primeira e desbravadora edição, em 2014. Já dei palestra por lá, levei clientes, trouxe leões. Somando Pharma e Health & Wellness, o Lions Health é hoje um leãozão com mais de 1.500 inscrições e uma das mostras mais competitivas. Independente disso, sou um entusiasta de primeira hora da premissa do festival: criatividade que muda vidas.

Vidas como a de deficientes auditivos, por exemplo. É o caso de See-Sound, de nossos primos da Area23/FCB Health. Uma clássica combinação de empatia e tecnologia, capaz de compreender sons “urgentes” por meio de inteligência artificial – um alarme de incêndio, uma sirene, um bebê chorando – e traduzi-los na forma de alertas no celular do deficiente. Um projeto de saúde premiado em Creative Data, Mobile e Innovation. Foi nada menos que Grand Prix nesta última:

A criatividade também muda a vida de pessoas com distúrbios de mobilidade, como no brilhante ThisAbles, da McCann de Tel-Aviv, que criou hacks de acessibilidade para os produtos mais populares da Ikea – sofás, gabinetes, luminárias – e disponibilizou-os para impressão 3D de maneira open source. Ganhou (e mereceu muito) o GP de Health & Wellness, entre muitos outros leões:

De fato, se existe uma tendência detectável em um festival tão multifacetado, esta parece ser mesmo a da inclusão. Grandes marcas e suas agências se movem para resolver criativamente questões de gênero, idade, acessibilidade. Ao melhorar a vida das pessoas, atacam também as doenças sociais do nosso tempo. E todo mundo ganha.

Talvez por isso o Lions Health tenha evoluído tão rápido. Saúde e bem-estar estão em todas as frentes, dentro e fora das categorias de healthcare. As demandas são urgentes, os recursos estão aí. Bora lá, que a vida tem pressa.

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