12 de junho de 2019 - 13h14

No mês de maio os saltos finos e sapatos imponentes marcham sobre o tapete vermelho do Palais. Em junho é a vez das sandálias havaiana e birkens adentrarem o festival. Pois o que quero ver em Cannes é, justamente, aquilo que mora na intersecção dos dois festivais.

Tudo que toca tanto o entretenimento como a publicidade.

Quero assistir Shonda Rhimes discutindo os estereótipos de beleza, por exemplo. Me interessa o olhar da produtora e roteirista de duas séries bem conhecidas por todos nós (ela é criadora de Grey’s Anatomy e Scandal, vejam bem) sobre um tema que quando não é assumido, se torna a mais pura negligência – tanto no entretenimento como na publicidade.

Quero assistir o papo da Netflix. E se o canal de streaming ficou fora do Festival de Cannes, agora, no Lions chega marcando presença. Sabe quem mais está nessa intersecção e me interessa? Vila Sésamo, que há 50 anos é uma marca e um entretenimento de sucesso.

E se tem uma palavra que rima com ambos os festivais, é sem dúvida storytelling, afinal tanto o entretenimento como a publicidade contam histórias. São os vários os papos que darão conta deste tema. Um deles é a mesa em que participa o diretor Alfonso Cuarón (do magnífico Roma) que irá abordar Arte e Ativismo. Imperdível! Me chamou também a atenção o título da mesa da NBCUniversal: “em um mundo conturbado, uma boa história vence”. Será? Estarei ali para que eles me convençam. Juro que serei toda ouvidos.

Em tempo: olhando as palestras, os temas, os palestrantes e também os jurados é notável que Cannes Lions está preocupado com a equidade de gêneros. Vejam, eu faço parte da Hysteria, o hub de conteúdo formado por mulheres dentro da Conspiração, e estarei atenta à participação (ativa!) delas no Palais, só como ouvintes não serve. Obrigada.

Ah, sim e não posso deixar de citar outra coisa em comum entre Cannes Lions e o Festival de Cannes, ambos terminam com o velho e bom rosé no Martinez.