11 de junho de 2019 - 13h44

Ano após o ano o festival tenta se reinventar.

Ano passado, deu uma mensagem clara sobre a direção que está tomando. Ele está mais curto, mais relevante e prestes a mostrar sua versão 2019 turbinada. Mas já que a expectativa é a mãe da merda (já diria o Branquinho), prefiro apenas tentar navegar sobre as novidades – que são muitas – e tentar me aprofundar nos assuntos que, na minha opinião, vão conduzir o mercado ao futuro.

Temos um júri escolhido a dedo, super competente e que, com certeza, vai subir o sarrafo e transmitir a mensagem mais clara do festival: recuperar o porquê as agências tem o seu valor. Voltar a premiar marcas grandes e campanhas que desafiaram o status quo. Porque no final são essas as que vamos lembrar. Campanhas que conseguem encantar ao mesmo tempo que também entregam resultados surpreendentes. E não é esse é o valor de uma boa ideia? Aquela que tem o poder de te prender ao mesmo tempo que provoca reações incontroláveis no público? É para isso que vou, para de várias formas ser surpreendido.

O que mais me encanta em Cannes é que o que está lá é o resultado de muita batalha.

A batalha contra o politicamente correto. A batalha para evitar o conformismo. A batalha para fazer todos entenderem que assumir riscos é a única maneira de inovar. A batalha de convencer todo mundo do que pode dar certo, antes que eles pensem apenas no que pode dar errado.

Cannes é incrível, mas o mais incrível é o que podemos ver acontecer por lá.

E, realmente, espero que esse ano as ideias que precisaram de coragem de todos os lados para nascerem, sejam as que prevaleçam e se destaquem. Precisamos de mais luz para a criação. Precisamos ter no spotlight ideias que exigem muito mais do talento, da vontade de fazer diferente, de trazer fama e fortuna para as marcas mas que, principalmente, vão  fugir dos kpi’s pequenos, prontos, corretos e bundões.