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Cannes Lions

20 A 24 DE JUNHO DE 2022


19 de junho de 2022 - 14h58

E quem aí deu uma olhada na quantidade de inscrições por Categoria/Premiação no Cannes Lions esse ano?

Eu vi e você também pode acompanhar aqui na matéria do Meio & Mensagem.

Algumas coisas me chamaram a atenção. Algumas pela quantidade total, outras pela quantidade por categorias – para cima ou para baixo, outras confirmam impressões. Outras simplesmente identificam caminhos que o mercado está tomando. Outras talvez apenas pelo fato de serem “fortes” de concorrer, para o tipo de comunicação que fazemos no Brasil.

A primeira coisa foi o crescimento de 31% em relação a 20/21(20 não teve, compilaram dois anos em 1). A despeito do Euro a quase 6 Reais, impressionantes 31% a mais de inscrições. Agências ávidas por voltar à Cannes de forma bold, talvez? Ou a crise político-econômica atingiu menos o mercado? Ou será que grupos internacionais que sempre pressionam, fizeram com que o nosso competitivo e produtivo mercado fosse impelido a um número grande de inscrições? Nos digam os gigantes do mercado, que fazem maior quantidade de inscrições.

Outras coisas interessantes foram categorias tradicionais nossas estarem minguadas. Reflexo dos tempos, sem dúvida. Print & Publishing teve apenas 80 inscrições. Lembrando que cada campanha tem umas 3 peças, dessas 80, eu chuto que seriam no máximo 40 campanhas ou peças isoladas.

Reflexo da mídia e investimento, sem dúvida. E o preço por inscrição afasta ainda mais. Agências inscrevem 3 peças pela campanha para concorrerem a 1 só Leão por elas. Print, até em Cannes, não tá valendo o investimento?

Social & influencer, no país do social e influencer, teve 180 inscrições. Bastante, mas ainda pouco exatamente por sermos “O” país dessa categoria.

Pharma, um mercado que só cresce, pelo Brasil e no mundo, teve tão pouca inscrição: apenas 9. Interessante ver que o trabalho criativo aí ainda tem muita mina para explorar.

Outdoor faz jus: 154 inscrições. Mostra a crescente de OOH pelo país, com espaços digitais, ações e tantas coisas possíveis, explorando muita coisa diferente mesmo dentro de limitações existentes. Engana-se quem vê Outdoor de forma “antiga”. Está cada vez mais modernizado, cheio de possibilidades. As inscrições de Cannes refletem nosso mercado também nesse ponto.

O Creative B2B ainda foi incipiente, com 18. 1º ano da categoria, o pessoal ainda tentando ver como será, certamente. Mas eu sei bem que temos potencial enorme aí. B2B por aqui é enorme. E pode – e será – mais explorado criativamente. Cannes sempre impulsiona.

Já o Creative Business Transformation, 17, que também é relativamente pouco, me pareceu razoável frente as dificuldades que vemos no Brasil.
Mas que há caminho a explorar, há. Transformar negócios, como agências e parceiros é incrível. E no business dos clientes, isso também é importantíssimo. Categoria para ficarmos de olho.

Entertainment impressiona. E Entertainment for Sports e For Music. Muito impulsionado também por GP brasileiro(sensacional, diga-se de passagem) há pouco, talvez. 44, 83 e 37 inscrições respectivamente. Mas que bom ver 3 palavrinhas que temos vocação grande para muito além da publicidade: entretenimento, música e esporte. Esse Brasil aí dessas palavrinhas só perde para os EUA, e olhe lá. E com nossa cultura – se não acabarem com ela, claro – é muito mais diversa e interessante para o mundo. “Ô” se não dá pra ganhar prêmios bacanas aí, sô!

Health & Wellness teve bastante coisa. 109. Concorrido. Interessante ver que essa premiação e suas categorias têm ganhado espaço, tanto para agências quanto para marcas. Mostra a importância do assunto junto às marcas e agências. Se o Brasil for minimanete bem (Shortlist saiu neste domingo, mas sem tempo para analisar muito), confirma que podemos continuar crescendo aí.

E a que decepcionou foi a Innovation. Apenas 3 inscrições. Acredito que demonstre 2 coisas: a primeira, que o Brasil de fato precisa de “contenders”mais fortes, e mais inovação DE FATO, e não só oriunda das agências, aliás pelo contrário. Essa categoria cabe também a escritórios de Design, de criação de produtos, empresas de tecnologia, as próprias marcas/ indústria inscrevendo. Outra coisa que mostra é que o Brasil – especialmente as agências – sentiram que é tão difícil essa categoria, que simplesmente economizam inscrição. Mas é uma lástima. Podemos ser esse país da inovação, em muitos setores.

Continua aqui a torcida para que o Festival ajude a nortear caminhos, demonstre possibilidades e abra espaço para novas pessoas, novas marcas, novas agências a brilharem em categorias a cada ano mais diferentes, mesmo que sejam muitas delas as mesmas há décadas.

Ideias vão além dos meios. Eles só dão o espaço – e às vezes o tapete vermelho – para elas brilharem.

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