25 de junho de 2018 - 7h56

Por Fred Saldanha, diretor executivo de criação da Arnold Worldwide Boston

Fred Saldanha

Você confiaria num festival de propaganda onde as campanhas são avaliadas por uma plataforma de Inteligência Artificial em vez de um júri composto por seres humanos? Por mais bizarro que essa ideia seja, pode anotar aí, esse dia não está tão longe assim. A Inteligência Artificial veio para ficar e o Cannes Innovations só veio confirmar essa tendência. Claro, estamos ainda engatinhando no desenvolvimento de uma IA robusta e cada vez mais perfeita mas quando usada de um jeito criativo o resultado é estupidamente eficiente.

O que eu mais amei no Grand Prix deste ano é a sua simplicidade absurda: fazer com que qualquer pessoa que tenha uma simples linha de telefone (pense numa população pobre e sem recursos, com celulares quase rudimentares) tenha acesso a toda a informação do mundo como se estivesse usando um smartphone. É a vitória do software sobre o hardware. Uma ideia focada na inclusão, escalonável e de fácil implementação. Enfim, a receita básica para levar um GP de Innovations. E ao ver algumas das ideias premiadas nesta categoria, é engraçado ver como a IA está deixando as máquinas cada vez mais humanas, enquanto nós humanos estamos nos comportando cada vez mais como máquinas. Mas isso é assunto para outro texto.