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Cannes Lions

20 A 24 DE JUNHO DE 2022


19 de junho de 2019 - 8h27

Há quanto tempo falamos de disrupção no mercado? E de novas necessidades, de novas práticas, de juntar e misturar mundos distintos para criar novos modelos?
Tem tempo.
Tem tempo que as agências estão procurando seus novos modelos.
Tem tempo que apareceram as consultorias e que tomaram de assalto discussões e espaços antes só de publicitários.
Tem tempo que novos veículos (plataformas, publishers etc) apareceram no cenário de criatividade e inovação, quebrando paredes nesta relação agência-cliente-veiculo-produção.

Hoje assisti a duas palestras em Cannes que foram reveladoras para mim. E as duas conectaram-se. A primeira, na verdade um painel, com o CEO da Accenture Interactive, Brian Whipple e David Droga, fundador e chairman criativo da Droga 5. Eles foram falar sobre “when worlds collide: the evolution of creativity”.

Bem, 30 minutos de papo para entendermos que não há modelo e não sabem exatamente como e quem faz o que. Perguntados sobre se um novo projeto de marca entrando na nova D5/accenture quem ali seria o responsável, um olhou pro outro esperando quem responderia.

Sabe por que? Porque não há modelo definido. Todos sabemos que a mudança e evolução já está ocorrendo e que é necessária, mas não há modelo e talvez não exista um a ser seguido como o mais eficaz, como há 70 anos redefiniu Bill Bernbach o modelo criativo de agências.

Mais tarde, assisti à palestra do Marcel Marcondes, CMO da ABInbev para EUA.

Palestra bacana, mostrando para onde estão puxando conversas, onde e como estão colocando o consumidor (as pessoas em geral) em primeiro lugar. Como isso tem feito diferença para eles e o que eles estão buscando como seus parceiros. A palestra foi incrível e ainda terminou com um papo maravilhoso com o Dwyane Wade, de quem sou fã.

Bem, alem disso, ABInbev está com mais de 60 profissionais aqui em Cannes. Qual outra agência tem tantos profissionais?

Então o que concluo e o que vejo aqui é o futuro, acontecendo diante de nossos olhos: antes, as agências dominavam o jogo da inovação e da criatividade. Depois entraram consultorias, plataformas de mídia, etc.

Mas o jogo, de uma vez por todas, está passando para as mãos de quem talvez já devesse estar há muito tempo: o jogo está nas mãos dos CLIENTES.

Fernando Machado, José Cirilo, Marcel Marques, Pedro Earp, Ricardo Dias, Danielle Bibas, Ricardo Wolf, Ariel Grunkraut, são nomes que me ocorrem agora de pessoas do marketing brasileiros “da gringa” e do nosso mercado, que estão liderando e aparecendo nos palcos, porque agora, mais do que nunca, o jogo está nas mãos deles.

Talvez sempre devesse ter estado.

E faz sentido.

Cannes e a criatividade como era saiu das mãos das agências e veículos apenas. Ela está compartilhada com os marketers.

E, mais do que isso: muitos clientes não mais seguem o que as agências indicam, mas demandam mudanças, exigem novas formas de trabalho e puxam as suas agências e outros parceiros para a disrupção, para pensarem diferente. E COM eles, não mais para eles.

São eles que estão no comando. A coragem vem deles. E isso é bom. Não acho que assim perdemos relevância. Apenas mudamos e ganhamos outro tipo de relevância: aquela de quem é parceiro próximo, que abre para cocriar e adaptar-se. Que está junto nos desafios e entende profundamente o negócio deles.

Há muito falamos que as marcas devem colocar os consumidores deles (ou seja, os clientes deles) na frente. Que é sobre ouvir aos consumidores e que eles estão no comando. E estão mesmo.

E, parece óbvio, mas não era: as agências não colocavam seus clientes à frente como indicávamos a eles fazerem.
Essa verdade era só “pro lado de lá”.

Pois bem, amigxs: essa verdade agora está do lado de cá.

Clientes, eles estão no comando e liderando o jogo. Seja ele qual for. Da criatividade à performance, de data insight a CX, de tech centric a human centric.

E estão esperando os melhores parceiros para esta caminhada juntxs.

Seja esse parceiro quem for e da forma que for.

Se quisermos contínuar no tabuleiro, é junto com eles que vamos jogar.

Cannes, afinal, é deles.

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