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Cannes Lions

20 A 24 DE JUNHO DE 2022

Quinta-Feira Santa

A tradição e o mistério, sobre quais serão os filmes apresentados, transformou o New Directors em praticamente uma religião


22 de junho de 2018 - 12h57

Você já deve ter escutado sobre todas as mudanças que o Festival fez esse ano, não é?

Mesmo antes deste ano, o Festival já mudou diversas vezes, mudou de cidade (começou em Veneza), mudou o formato algumas vezes, criou e acabou com categorias, mudou o julgamento, porém tem uma coisa que não muda há 28 anos: a Sessão do New Directors Show Case.

A tradição e o mistério, sobre quais serão os filmes apresentados, transformou o New Directors em praticamente uma religião. Com vários adeptos que acordam cedo para fazer fila. Correm para assegurar a melhor poltrona. Ficam em um silêncio abençoado durante a apresentação, tirando a saraivada de palmas durante cada filme. E depois do culto se reunem para discutir o que mais impressionou. Só Star Wars, Star Trek e Maradona têm mais seguidores fiéis e tão apaixonados.

Antes que você perguntem, sim, eu encontrei minha religião. Sou um desses. Fui no Show Case todas as vezes que vim para Cannes. Quinta Feira para mim virou um dia santo.

E falando da última, que teve o tema “Regeneration Year One”, foi apresentada por Ridley Scott. Foi incrível vê-lo abrindo a sessão respondendo a perguntas de Kate Stanners da Saatchi and Saatchi. Entre várias perguntas no bate-papo, deixou um recado sobre a importância do storytelling e de sua execução: “Para ser um grande storyteller, você precisa estar apto a executar uma brilhante ideia”. Dentro da seleção que ele próprio fez, quero destacar 5 “preces” (filmes) que vimos.

O primeiro, “The Kids” de Kristof Brandi, conta a história da vida de um menino desde o seu nascimento, sobre sua relação com seus pais e suas consequências. Vale conferir.

“Thunder road” de Jim Cummings. Onde um policial dança durante o velório da sua mãe. É hilário. Para mim o melhor filme desse ano.

“Frozen” de Ben Proulx & Joyner Lucas. Pessoas acidentadas cantando Rap sobre os próprios acidentes de carro.

“Happiness” de Steve Cutts. Uma linda animação onde pequenos ratos aliviam o stress da vida cotidiana através do consumo.

E o último filme a ser apresentado “I’m not a racist”, onde 2 homens, 1 branco e 1 negro, de frente um para o outro fazem uma “batalha de rap” dando suas justificativas sobre o racismo que promove, no caso do branco, e o que recebe no caso do negro. Vale a penar ver.

Mais uma vez vim pegar a benção do New Directors.

Como ansioso que sou, já estou me preparando para a próxima peregrinação.

Amém.

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