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Cannes Lions

20 A 24 DE JUNHO DE 2022

No meu Spotify tá rolando Ziggy, agora. E bem alto!

Vir a Cannes é ter a certeza de uma experiência única, a cada dia. E o meu segundo dia por aqui foi bem isso. Foi mais que uma sessão de PNL


20 de junho de 2018 - 11h06

Vir a Cannes é ter a certeza de uma experiência única, a cada dia. E o meu segundo dia por aqui foi bem isso. Foi mais que uma sessão de PNL.

Eu já tinha me programado para entender um pouco mais sobre Blockchain (um dos temas do momento), mas arrisquei a palestra da Vera Budimlija (CSO da Wavemaker) e Thom Noble (neurocientista e co-fundador da NeuroStrata and CloudArmy Inc). Ambos são estudiosos de algo que promete ser o próximo grande trunfo na construção de uma marca: a voz. Não precisa nem ir muito longe. Basta entrar em um lar americano para presenciar uma figura que se chama Alexa – um asistente fabricado pela Amazon que realiza tarefas por comando de voz. Parece besta, mas já deixamos o touch de lado e nem percebemos. A questão é que os estudos comportamentais da voz humana estão em franca evolução. Segundo Vera e Thom, já é possível criar modelos preditivos de comportamento que estão associados a cada tipo de voz. Cada pessoa tem uma resposta individual a uma determinada voz, em que tudo influencia: a velocidade das palavras, o tom, o gênero entre outras coisas. Isso me fez pensar o quanto esse negócio pode e vai revolucionar tudo. Com certeza o tom de voz, encontrado em todo guideline de marca, vai passar a ter um significado completamente diferente num futuro próximo.

Já na palestra de YoungHee Lee (CMO Global da Samsung), mais uma vez se discutiu sobre a Tecnologia e o seu papel na vida das pessoas. Não é só a velocidade da conexão 5G que vai mudar a nossa vida. Muda o entendimento da nossa relação com a própria Tecnologia. Aliás, é bonito de ver como tudo começa a fazer mais sentido. Hojé é mais nítido o foco e a aplicabilidade da Tecnologia na vida das pessoas. Um exemplo bem bacana disso é o Relúmino – um dispositivo VR da Samsung que consegue suprir alguns níveis de deficiência visual em seres humanos. E os próprios cases já refletem isso: o Grand Prix de mobile, cuja ideia se baseia no reconhecimento facial através de um app para detectar políticos corruptos, é prova disso.

Hoje, no mesmo dia, eu pude entender ainda mais o significado da Tecnologia no divã de Oliver James (psicanalista e autor do livro THE SCHOOL OF LIFE) na palestra Creativity On The Couch. Em sua “sessão”, ele me fez perceber o quanto a Criatividade ainda é extremamente relevante para que as coisas continuem a evoluir bem. Pra mim, ficou muito claro que a Tecnologia e a Criatividade são coisas distintas e que precisam co-existir. Segundo ele, o mais importante da história é que a gente se encontre mais vezes com as nossas diversas personas. Só assim poderemos acessar a nossa “criança interior” que, por sua vez, se conecta ao nosso lado criativo. Por outro lado, precisamos eliminar o lado negro da força – aquelas personalidades tóxicas que possuímos e que nos inibem de evoluir (aqui já deu pra sentir a baita sessão de psicanálise). O mais legal de tudo foi ver como ele ilustrou tudo isso através de um recorte da obra de David Bowie. Sim! Segundo Oliver, o Ziggy Stardust é o personagem que representa o lado extremamente criativo de Bowie. É o seu lado criança, o lado que permite tudo, inclusive a Criatividade. E nessa linha, ele vai discutindo a questão da nossa conexão com a criatividade e a responsbilidade que temos de mantê-la viva. Na análise de Oliver existiu um acontecimento muito importante na obra de Bowie: o dia em que ele decide assassinar Ziggy. E esta é a sua interpretação para a música Rock ‘n’ Roll Suicide. E como em toda a boa sessão de terapia, tudo fez absoluto sentido pra mim: Bowie x Ziggy. Tecnologia X Criatividade. No meu Spotify tá rolando Ziggy, agora. E bem alto!

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