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Cannes Lions

20 A 24 DE JUNHO DE 2022


21 de junho de 2017 - 9h02

Hoje foi a segunda noite de premiação, já passou Outdoor, Print, Promo, PR, Glass, Direct, Cyber, Data, Innovation e Mobile.

Muitas peças incríveis e muitas discutíveis, coisas próprias dos festivais. Mas uma coisa que já tinha me chamado a atenção nas últimas edições, dessa vez me pareceu muito evidente: a falta do humor na publicidade. Poucas, muito poucas peças realmente tinham humor. Comecei a pecorrer o festival pelo corredor de Promo & Activation, e depois de ver umas 20 pranchas me deparei com uma peça da Droga5, uma maratona –a primera do mundo talvez- em slow motion, para promover a clássica serie Baywatch, da Paramount. Incrível. A peça é muito boa, simples, engraçada, mas além disso chamou muito minha atenção porque eu logo antes tinha visto outras 20 pranchas muito dramáticas, fortes, tristes, todas muito sérias e com uma mesmo linguagem.

E aí continuei caminhando – com esse cálculo médio de que para cada 10 peças com drama, apenas 2 com humor – e questionando se isso é resultado de todas as peças criadas para ONG’s que invadem o Palais, se o drama vende mais, se nosso mercado passa por uma depressão – o que refletiria nos festivais – ou a evidência nos festivais, se é moda, se tudo está muito político ou simplesmente é apenas uma estratégia que funciona melhor para comover aos jurados? Acho que todas essas hipóteses podem ser válidas.

Então no segundo dia de premiações fiz um grande teste: cinemas lotados, ansiedade, fome, éramos quase pessoas normais que vão ao cinema. E pra minha surpresa, as peças mais aplaudidas, além de alguns Grand Prix, foram as que tinham humor: Spanish Lessons da Netflix, Cheetos Museum, Tomcat, a peça da Coca-Cola Egito, o bot para o Young Pope e a campanha Child Replacement Programm da Pedigree, entre outras. Ou seja, gostamos do humor, mas o exercitamos pouco. Será porque como, como dizem os atores, fazer rir é mais difícil que fazer chorar?

Espero que em Film isso mude um pouco, porque até hoje foram muitos leões e poucos sorrisos.

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