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Cannes Lions

20 A 24 DE JUNHO DE 2022


18 de junho de 2017 - 15h25

As primeiras horas de festival foram bem menos quentes que a temperatura aqui em Cannes. Logo de cara, fui ver Simon Le Bon (vocalista do Duran Duran*) falar, obviamente, sobre música e sua produtora chamada “Sin”. Até aí, nada demais. Entre uma frase de efeito e uma acapella que entregava a idade das cordas vocais, Simon e seu sócio mostraram bons trabalhos publicitários e falaram sobre a importância da colaboração entre seus escritórios de Los Angeles, Tóquio e Pequim com uma metáfora clichê de equipe-versus-embarcação. No fim, Simon convidou a plateia para estalar os dedos. Todo mundo fez o gesto junto com o pensamento de que ele desaparecesse, mas isso não aconteceu. 
Por falar em mágica, outra apresentação do dia foi a do mentalista Keith Barry, uma espécie de Fabio Puentes irlandês. O rapaz foi entrevistado durante 2 minutos por um publicitário e depois foi logo realizando seu primeiro truque: fazer a plateia esquecer o nome do sujeito. Afinal, o que o pessoal queria mesmo era que ele fizesse alguém comer cebola pensando que era maçã e todo aquele papo de branding que se danasse. E foi mais ou menos o que aconteceu.
Segundo o próprio Keith, seu trabalho é fazer com que as pessoas mudem sua percepção de realidade em relação ao que tem em volta e é nesse ponto que o primeiro assunto junta no segundo. Entre as várias ferramentas de sedução da audiência rumo ao consumo, nada é tão eficiente quanto uma boa trilha sonora** e isso faz a gente pensar que a nossa vida deveria ser acompanhada de um DJ para mixar as situações as cenas do nosso cotidiano com boas músicas. 
Pense no cinema, por exemplo. O que seria do suspense sem os sonoplastas? Foram esses caras que criaram metade dos medos que a gente tem na vida sem que haja uma explicação lógica pra isso. Faça o teste: se não fosse o cinema você acha que teria medo de uma porta rangendo? De passos? De um ruído de corrente arrastando? Claro que não. Neca de pitibiriba. Nunca. Esses cara da trilha criaram o som do medo e, pra eles, vale até cantar “Parabéns pra você”.
  • * Se você ainda não faz ideia de quem eu estou falando, fique contente: você é jovem. 
** Ok, você pode achar que aquelas cenas de appetite appeal de chocolate derretido com pequenas barras de chocolate caindo em câmera lenta, seguida por gotas de chocolate branco podem ser superiores a qualquer cantarolada, mas isso precisa discutido em outro artigo.
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