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Cannes Lions

20 A 24 DE JUNHO DE 2022


17 de junho de 2017 - 14h46

O ano é de 2025. Cannes acaba de lançar o Cannes Lions somente pra bots. Como presidente do júri e homenageado com o Leão de São Marcos, temos Watson, da IBM. A Siri da Apple, aquela voz simpática do Google e a Cortana, assistente virtual da Microsoft, farão parte do júri. HAL 9000 e Deep Blue darão palestras no Lumière Théâtre.

Pensar nisso agora é exagero, mas talvez, um dia, parte disso não seja apenas ficção. Afinal, de uns anos para cá, a IA (inteligência artificial) virou obsessão. Uns dizem que sites não existirão mais, serviços de SAC feitos por humanos não serão mais necessários e que todos serão substituídos por bots. Por enquanto, isso ainda não aconteceu. Mas é fato que, hoje, várias marcas já estão criando seus bots pra substituir seus SACs.

Indo além do SAC, ano passado a McCann do Japão fez um experimento com um diretor de criação virtual que tinha inteligência artificial. Colocaram esse DC IA para competir com um DC humano. Deram um briefing de um filme para ambos. Usando big data, o DC IA saiu na frente ao criar exatamente o que seu target queria ver. Veja os filmes:

No final, o diretor de criação humano ganhou a preferência do consumidor com um placar apertado de 54% contra 46%.

Meses atrás, a Toyota USA lançou um comercial onde o Watson da IBM criou títulos para divulgar o Toyota Mirai.

Como eu, você nunca colocaria o Watson de estagiário na sua agência.

Mas ele está aí para provar que é possível ver um bot com inteligência cognitiva criar.

Ano passado, no New Directors Showcase, a Saatchi exibiu, sem revelar qual seria, um filme concebido, dirigido e editado por um diretor com inteligência artificial.

No Innovation Lions deste ano, tem uma peça no shortlist – Google Autodraw – onde você nem precisa saber desenhar para poder fazer uma ilustração. Um bot faz isso para você.

Já não é de hoje que um diretor de arte não precisa mais pegar em um lápis. Agora, com esse tipo de ferramenta, nem rough mais precisa fazer.

Outro projeto que estará em Cannes este ano e que usa a inteligência artificial será a “A Voz da Arte” para a Pinacoteca de São Paulo. Um projeto desenhado pela IBM Brasil, em conjunto com a Ogilvy e as equipes do museu. Praticamente, é um assistente cognitivo que faz a vez de um guia do museu. Esse bot responde a qualquer pergunta que você tenha sobre a obra de arte à sua frente.

Enfim, cada vez mais aparecem bots que tentam substituir uma das habilidades mais humana que conhecemos, a de criar. Certamente, não será amanhã, mas um dia é bem possível que existam agências, criativos, diretores virtuais. E, por que não, uma categoria de Cannes que celebre a criação de todos esses bots?

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