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Cannes Lions

20 A 24 DE JUNHO DE 2022

Cannes monta comitê consultivo para discutir seu futuro

Ascential, dona do Festival, tenta contornar crise aberta pelo anúncio antecipado do Publicis Groupe de que estará ausente no ano que vem, e se cerca de grandes clientes da holding francesa, como P&G e Heineken

Alexandre Zaghi Lemos
23 de junho de 2017 - 8h59

Philip Thomas: “consultaremos todos os líderes criativos globais, chefes de holdings e outros parceiros”

Preocupada com as informações de diminuição de investimentos no evento – sobretudo a do Publicis Groupe, que anunciou que não participará em 2018 –, a organização do Festival Internacional de Criatividade de Cannes anunciou a criação de um comitê consultivo, que reunirá líderes de anunciantes, agências e empresas para discutir recomendações para as próximas edições, incluindo custos e estrutura do evento.

Segundo comunicado oficial, o objetivo do comitê será “moldar o futuro do Festival e garantir que continue respondendo às necessidades da indústria”. Estarão no comitê executivos como Marc Pritchard, executivo-chefe de marca da Procter & Gamble; Keith Weed, diretor de marketing e comunicação da Unilever; Fernando Machado, diretor global de marca do Burger King; Fiona Carter, chief brand officer da AT&T; e Jan Derck Van Karnebeek, diretor comercial da Heineken. Novos membros serão anunciados em breve.

“Além dos clientes que se ofereceram para ajudar a moldar o futuro do Festival, nós – como de costume – consultaremos todos os líderes criativos globais, chefes de holdings e outros parceiros”, diz Philip Thomas, CEO da Ascential, dona do Cannes Lions. Segundo ele, novos membros serão anunciados em breve e a primeira reunião deve acontecer nas próximas semanas, logo após o encerramento da edição deste ano. “Estamos ansiosos para compartilhar as recomendações do comitê com a comunidade criativa global”.

Segundo Pritchard, da P&G, esse “é o momento certo para dar um passo atrás e dar uma olhada no melhor caminho para o evento, a fim de ter a melhor plataforma possível para a criatividade em nossa indústria”. Segundo ele, “a P&G está pronta e disposta a ajudar”. O mesmo disse Van Karnebeek, da Heineken: “Estamos empenhados em ajudar onde pudermos para traçar o caminho certo para o Cannes Lions”.

Não por acaso, P&G e Heineken são dois dos maiores clientes globais do Publicis Groupe, que durante a semana jogou um balde de água fria no Cannes Lions, ao antecipar a ausência no ano que vem da holding que é o terceiro maior grupo participante, com investimento anual no festival estimado em mais de US$ 2 milhões. Outros grupos globais também repensam sua relação com o festival.

Além disso, a edição de 2017 já começou com um dado preocupante: uma queda de 4,5% no total de peças inscritas nos 23 júris do festival. Como cada envio é pago, essa diminuição pode afetar o faturamento do evento, mesmo considerando o aumento nas taxas em 2017: uma inscrição no festival variou de R$ 1.700 até R$ 6 mil.

Os números desse ano ainda não estão fechados porque o evento só termina amanhã à noite, mas no ano passado a Ascential faturou cerca de R$ 215 milhões com o evento, o que representa alta de 18% em relação ao resultado financeiro da edição anterior.

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