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Cannes Lions

20 A 24 DE JUNHO DE 2022

Análise Mobile: É chegada a hora do Smart Lions

Leo Xavier, fundador e CEO da Pontomobi, que já julgou em Cannes a área de Mobile opina sobre o resultado de 2017, “de longe, o melhor de todos os tempos”


22 de junho de 2017 - 7h21

Por Leo Xavier, fundador e CEO da Pontomobi Linked by Isobar

Em 2012, Mobile deixou de ser uma das diversas sub-categorias do Cyber Lions e conquistou brilho próprio no Festival de Cannes, num movimento que deixava clara a importância de se pensar a nova plataforma para os mundos de publicidade e marketing.

Seis anos depois, é natural esperar uma maior maturidade do mercado e, portanto, das peças inscritas e premiadas. É exatamente o que vemos em 2017: Mobile Lions se reinventa e dá pistas claras de como mobilidade pode e deve ser encarada como elemento transformador de marcas e empresas.

Se por um lado ainda se associa diretamente “fazer mobile” a “fazer um app”, as ações premiadas este ano na Riviera Francesa apontam a nova próxima onda do mercado: chatbots, VR e AR, phygital (integraço físico/digital), AI (Inteligência Artificial) e, claro, as coisas conectadas (IoT). Avançamos em direção à era smart, na qual virtualmente todas as coisas estarão conectadas e, portanto, serão mais smart (assim como o phone, a TV e o carro).

Indo ao que interessa, ou seja, às campanhas premiadas, há uma feliz coincidência unindo este e o primeiro ano da categoria: o protagonismo do Japão revigorando o pensamento inovador.

Em 2012, a Toyota mostrava ao mundo, com seu Backseat Driver, como usar de maneira absolutamente criativa e inovadora temas ainda novos como geolocalização, gamefication e realidade aumentada.

Este ano, a Dentsu Y&R de Tóquio leva o GP da categoria e nos brinda com uma ação complexa e robusta para seu cliente Recruit Lifestyle, em que apresenta tudo sobre o que define a smart era: um kit médico que, associado a um App, é capaz de medir de maneira precisa a concentração e motilidade (capacidade de um ser vivo se mover espontaneamente) do esperma, numa solução que endereça um problema real sobre fertilidade no Japão. Vamos ao case:

Ainda no mundo das coisas conectadas (ou smart), há o case da Rimowa e sua tag eletrônica, que repensa e facilita a experiência de viajar e despachar malas. O case garantiu um Leão de Prata. Imperdível também, o berço conectado da Ford, que abocanhou um Leão de Bronze.

Outro marco importante no Mobile Lions foi a premiação de alguns projetos de Chatbots. Aparecer em Cannes é um fator extremamente importante para acelerar adoção de novas tecnologias e plataformas. Isso é especialmente relevante para os bots, pois mesmo sendo um tema super quente, é fato que há carência de boas idéias usando a solução.

O júri premiou com Leão de Ouro o case Chat Yourself, um chatbot desenhado para portadores da doença de Alzheimer, criando uma ferramente que permite a uma pessoa conversar com ela mesma, devolvendo controle da rotina diária e independência.

Ainda em bots, interessantíssimo ver o Festival premiar uma start-up com dois Leões de Prata. Foi o que aconteceu com a norte-americana reply.AI e seu BotBot, um bot que ajuda pequenas empresas a criarem seus próprios bots, barateando e facilitando a construção e deploy.

Avançando sobre outra seara, é verdade que o uso criativo de AR (augmented reality) tem sempre um espaço nobre no coração dos jurados, especialmente quando as ações promovem experiências de marca com os pequeninos.

Foi assim em 2012 com o Ouro para Band-Aid Magic Vision e com o Bronze para Toothbrush Games de 2013, entre outros tantos bons cases. Logicamente, este ano não foi diferente. Sorte para o Brasil, que voltou a ganhar um Leão de Ouro na categoria após 2 anos de estiagem, com o super bem produzido Florestas Sem Fim da Faber-Castell.

Vale conhecer também o Leão de Prata concedido para case francês de Castorama e seu papel de parede mágico. Uma graça. 🙂

Se AR brilha há tempos no Mobile Lions, ainda é um grande desafio encontrar campanhas e projetos que se utilizam de VR (virtual reality) de forma inteligente e estruturada. Valioso, portanto, deparar-se com a iniciativa incrivelmente bem produzida Battle Test da Nissan (Canadá) com profunda imersão e preocupação em ser compatível com Gear, Oculus, Vive e Daydream. Aqui o vídeo com um youtuber interagindo com a ação:

Ainda há espaço, claro, para a inovação pela inovação (o que prefiro chamar de invencionice). De certa forma, é algo que sempre esteve e (acredito) estará presente em Cannes.

Esse ano, destaco o case da seguradora britânica Direct Line e seu serviço Fleetlights com drones iluminadores (pois é…) que levou para casa um Leão de Prata e outro de Bronze.

Para fechar, uma lista rápida com mais iniciativas fantásticas que merecem ser vistas. Algumas delas mergulham em AI, há também o uso de voz como interface de interação e uso criativo de plataformas de media vendors.

AI:
QQ Alert: Hope Never Dies (China)
The Voice of Art, IBM (Brasil)

Voz:
The Sound Book, NORDSÜD VERLAG (Suiça)

Plataformas:
#BreakTheGame, UNDER ARMOUR (EUA)
Made in a Minute, LOWE’S (EUA)

De maneira geral, esse Mobile Lions é, de longe, o melhor de todos os tempos. Trata-se de um marco para a própria categoria, que precisava nitidamente deste apontamento para o futuro da mobilidade, que vai muito além de um app para smartphone.

Em 2017, tivemos Cannes desempenhando com excelência seu papel: apontar caminhos, tendências e mostrar ao mundo como criatividade e tecnologia podem redefinir processos, serviços, marcas e empresas.

Santé!

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